sábado, 1 de dezembro de 2012

Os imbecis que nos têm desgovernado A dívida do nosso país pode ter muitas causas. Endógenas e exógenas, micro e macroeconómicas, conjunturais ou estruturais. Há todavia um traço comum que, a meu ver, é a principal causa do estado a que chegámos, independentemente das dificuldades que todos os países enfrentam, da crise internacional e de tudo o resto que gostam de nos vender. A causa de que falo é simples e nada tem de rebuscada: o nosso país tem sido governado por um grupo de pacóvios com tiques de parolo. Os novo-riquismo da política portuguesa é sem duvida o maior cancro da democracia partidária. O dinheiro público, quando gasto de forma racional, não é contabilizável. A boa utilização destes recursos traduz-se em melhorias que, direta ou indiretamente, permitem à sociedade manter níveis de desenvolvimento elevado. E só com desenvolvimento o crescimento pode ser sustentável. E o pior é que isto nunca aconteceu neste país. De que serve construir dezenas e dezenas de autoestradas se não temos dinheiro para nelas circular, nem tão pouco para as pagar ou sustentar? O maior centro comercial da europa? A maior ponte da europa? E ter alguma coisa à nossa medida, não pode ser? É coisa de pobre? De que serve gastarmos milhões em formação se não temos empregos? E aeroportos sem aviões? E dezenas de estádios de futebol às moscas? E escolas sem alunos? Submarinos ou cortes na saúde? Tanques ou reformas? E parcerias feitas para o Estado ser prejudicado? Privatizações em cima do joelho? E os dinheiro que jorrou da UE durante décadas, em que foi investido? Snack bares atrás do sol-posto? Jipes para passear nos montes alentejanos? Não querem gastar a próxima tranche da Troika em plasticina e paus de giz? Quem gastou o que não devia? Quem gastou o que não tinha? Quem gasta o que não tem? Que futuro pensavam estas alminhas iluminadas que iriamos ter? Imbecis. A forma abusiva, parola, irresponsável, impune, pacóvia, descontrolada, despesista, acéfala e em muitos casos socialmente 'criminosa' como sucessivas gerações de governantes têm vindo a desbaratar o património de todos, os bens e o dinheiro que deveria ser alvo de uma gestão cuidada e rigorosa, é a principal causa do estado de falência em que estamos. O novo-riquismo, a falta de visão, a falta de formação, qualidade e competência dos políticos portugueses é a principal causa desta crise. A génese desta crise é política. Mas infelizmente a irresponsabilidade destas pessoas é directamente proporcional às responsabilidades exigidas pelos mesmos aos portugueses, com as quais são permanentemente confrontados, sem terem culpa alguma. Comemos e calamos. Gastassem menos, parolos.
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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Dia mais Quente

Calor
Terça-feira foi o dia mais quente do ano, refere uma nota do Instituto de Meteorologia (IM), justificando as elevadas temperaturas com a influência de um anticiclone que se estende até ao Golfo da Biscaia. 21h17Nº de votos (3) Comentários (1) Este anticiclone "originou uma circulação fraca de leste, o que se traduziu numa temperatura do ar muito elevada no território continental, sendo, até ao momento, o dia 17 de Julho o mais quente deste ano", refere a informação divulgada no site do IM. Das temperaturas máximas observadas na terça-feira destacam-se Lisboa com 39,6°C, Porto com 37,5°C, Faro com 32,5°C, Coimbra com 39,4°C, Leiria com 40,3°C, Santarém com 41,9°C, Beja com 41,1°C e Évora com 40,5°C. O Instituto destaca ainda que foram ultrapassados os maiores valores da temperatura máxima para o mês de Julho, desde que há registos, nas estações do Caramulo com 36,7°C, Lousã com 43,6°C, Ansião com 40,9°C, Leiria com 40,3°C, Tomar com 43,5°C e Rio Maior com 42,3°C. Relativamente à noite de 17 para 18 de Julho, ocorreram valores de temperatura mínima do ar superiores a 20° (noites tropicais) em grande parte do território do continente, nomeadamente em Portalegre com 27,9°, Lisboa com 25,4°, Castelo Branco com 25,1°, Faro com 24,0°, Viseu com 23,9°, Porto com 22,6°, Coimbra com 22,7° e Beja com 22,8°. As previsões do Instituto de Meteorologia para quinta-feira revelam uma ligeira descida de temperatura, nomeadamente no litoral, prevendo-se temperaturas entre 18° e os 31° em Lisboa, e entre os 15° e os 25° no Porto. No interior as temperaturas deverão continuar muito elevadas, segundo o IM, com máximas de 34° em Bragança, 39°C em Castelo Branco, 40°C em Beja e 38° em Portalegre.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Acusado de doutor na forma tentada Jornal de negócios online Este assunto do ministro Miguel Relvas querer ser doutor na forma tentada, dá vontade de rir, mas obedece à cultura pacóvia (não só apanágio dos portugueses, diga-se) que foi zurzida pelo Eça e pelo Camilo, e, também, pelo Fialho e pelo padre Agostinho de Macedo. Está-nos na massa do sangue este gosto pela reverência que a palavra "doutor" suscita. Não é preciso sê-lo, basta parecê-lo, em muitos casos, como é vertente em Relvas. Relvas é um político em miniatura. Não o fosse e teria outra dimensão e a grandeza de ser, apenas, o que é, pouco ou muito. O homem sabe mover-se na engrenagem da política, desta política, que exige muito mais astúcia e malícia do que conhecimentos e espírito de decência. No fundo, é isso mesmo que está em questão: a decência. Não os saberes. Porque esses, por tão poucos e superficiais, qualquer um, com manha e despudor, os adquire empiricamente. O empirismo é um valor: a experiência vale ouro e, no estrangeiro, em muitos países, atribuem-se títulos académicos pelos "doutos saberes." Claro que, neste caso, é preciso ter uso de muitas disciplinas do conhecimento. Obtém-se o conhecimento nos livros, na rodagem da vida, nos encontros e correspondências com outros, de outro gabarito. Não recuso o título de "doutor" a Miguel Relvas. Cabe a ele aceitá-lo ou recusá-lo. Mas não faz grande diferença ao mundo o ministro ouvir-se chamar: dr. Miguel Relvas. E esta pequena aldrabice, porque de aldrabice se trata, põe em causa a permanência dele no Governo? A decência, aqui, não é uninominal: Pedro Passos Coelho tem uma palavra a dizer. Assim como, noutro campo, o ministro Nuno Crato não pode continuar calado. Que tem a dizer acerca do caso pessoal e do caso mais delicado que envolve uma universidade? Crato, sorridente, julgou despejar o problema para o caixote do lixo, alegando que não comenta matéria dos seus colegas de Governo. O descaramento, aqui, assume idênticas proporções, pela evasiva e pelo indecoro, ao provocado pela licenciatura Relvas. A cumplicidade no silêncio nada tem a ver com lealdade. E lealdade não é nunca fidelidade. Fidelidade é própria dos cães. Lealdade tem a ver com carácter. E Nuno Crato deve-nos lealdade, a nós, portugueses, e não, exclusivamente, ao seu "colega de Governo." Aliás, mais a nós do que ao "colega", e esse peso de responsabilidade devia ter sido tomado em conta. Todas estas pequenas realidades pertencem aos territórios da moral e da ética, comportamentos hoje muito tripudiados por quem prefere o êxito a todo o preço, e a "visibilidade" a troco de tudo. É pior o ministro Relvas ser acusado de doutor em forma tentada do que o procedimento que teve no caso com o "Público", ou um facto resulta do outro e ambos são farinha do mesmo saco? E Miguel Relvas, mais as trapalhadas envolventes serão banalidades, "um não-assunto", no extraordinário dizer de Pedro Passos Coelho, ou, realmente, algo de muito importante porque abrange uma universidade e o sistema de ensino, o alegado favoritismo e a ascendência do poder sobre instituições tão relevantes como aquela? Os valores e os padrões deveriam ser, antes de tudo, as bandeiras do poder. Porém, a razão dominante impõe as emergências do dinheiro e das falsas aparências como méritos essenciais. Ser "doutor" é, certamente marcante, porque resultado de trabalho por vezes insano e incansável. Mas ser homem, ser pessoa, é, sem dúvida mais importante, essencial e indispensável. Confesso não estar muito interessado em descortinar o destino de Miguel Relvas. Estas e outras coisas de igual jaez e semelhante estilo são rapidamente absorvidas por outras actualidades, e o esquecimento recuperará os seus domínios. Até que outro "escândalo" se substitua àquele e a comunicação social, afobada e muito enérgica, se dedique aos casos que as exigências da oportunidade exigirem. Como dizia, há dias, numa das televisões, uma senhora de belo rosto cheio de rugas: "É como as águas do rio: abrem-se para receber uma pedra que lhes foi atirada, mas logo se fecham e tudo fica na mesma"

quinta-feira, 21 de junho de 2012

PAULO MORAIS http://mediaserver.rr.pt/newrr/paulo_1570d970_400x225.jpg Promessas não cumpridas Durão Barroso tinha até anunciado o choque fiscal, com redução de impostos. Sócrates jurou não os aumentar, assim como Pedro Passos Coelho. 18-06-2012 20:09 Os três últimos primeiros-ministros eleitos prometeram em campanha eleitoral não aumentar impostos. E, contudo, não o tardaram a fazer assim que tomaram posse. Este incumprimento reiterado de promessas tem graves consequências políticas e económicas. Em primeiro lugar, em termos políticos. Quando prometem em campanha uma política fiscal e fazem depois exactamente o seu contrário, os políticos desacreditam a democracia. Os cidadãos, fartos de mentiras, estão assim mais vulneráveis e receptivos a derivas totalitárias. Mas também a nível económico, os efeitos são terríveis. Instala-se e propaga-se a ideia de que nada de bom se pode esperar do estado português. Os cidadãos e as empresas sentem que se movem num quadro fiscal que pode mudar a qualquer momento. Não há planeamento que resista. Esta incerteza assusta, gera desconfiança, paralisa a economia e dá origem a pobreza. Pobres e descrentes, os portugueses estão hoje à mercê de todos os totalitarismos.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Portugal visto de fora

Portugal visto de fora Um artigo de Jacques Amaury, sociólogo e filósofo francês, professor na Universidade de Estrasburgo, a ler com olhos de ler. "Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais. Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união. Foi o país onde mais a CE investiu "per capita" e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo. Os dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre. A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando-se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país. Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade. À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) menosprezado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais. Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos. Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países. Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres. A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais-democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória. Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia. Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Retirar privilégios aos poderosos

PAULO MORAIS Retirar privilégios aos poderosos Em pleno século XXI, há grupos económicos que têm mantido intactos os seus privilégios ao longo dos séculos. Alimentam-se desde sempre duma fatia significativa do orçamento do Estado. Beneficiam hoje de rendas nas parceiras público-privadas da saúde como acontece com o grupo Mello ou o Espírito Santo. Obtêm concessões em monopólio, como acontece com a Brisa, detentora das auto-estradas de Porto a Lisboa. Já no antigo regime, obtinham licenças de favor ao abrigo dum modelo em que só os amigos do regime podiam criar empresas. O poder que estes e outros grupos detêm atravessa todos os regimes e impede o desenvolvimento do país. Portugal só progrediu, aliás, ao longo de toda a sua história, nos raros momentos em que os governantes tiveram a coragem de retirar privilégios aos poderosos. Foi assim com D. João II, mentor dos descobrimentos e autor do nosso maior tratado, o de Tordesilhas; à época, retirou todo o poder aos duques de Bragança, de Viseu e de Aveiro. Mais tarde, o Marquês de Pombal também só conseguiu reconstruir Lisboa, criar a região demarcada do vinho do Porto ou reformar a universidade porque liquidou o domínio da família Távora. A nossa maior desgraça é que os grupos de favorecidos têm, na actualidade, fortes sucessores. Mas, infelizmente, governantes da têmpera de D. João II ou do Marquês de Pombal, com estratégia e coragem – esses é que nem vê-los!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Tornado na Lagoa de Albufeira

Pelo menos 18 moradias ficaram parcialmente danificadas devido ao tornado registado esta quarta-feira na Lagoa de Albufeira, concelho de Sesimbra, avança o vereador da Protecção Civil. Seis postes de electricidade derrubados e algumas quedas de árvores de grande porte". "Há moradias de segunda habitação que parecem estar bastante danificadas, mas em algumas delas nem sequer pudemos ainda avaliar a situação e as condições de segurança, porque não foi possível localizar os proprietários", disse o vereador da Câmara de Sesimbra, adiantando que a autarquia não tem conhecimento de haver pessoas com necessidade de realojamento. "Amanhã, quinta-feira, esperamos dar por concluídas as operações de limpeza", afirmou o autarca, adiantando que, para além dos bombeiros, foram mobilizados para o local cerca de três dezenas de funcionários da Câmara Municipal de Sesimbra. Cerca das 11h30, a povoação de Lagoa de Albufeira foi fortemente atingida por um tornado que provocou danos avultados em muitas moradias, tendo algumas ficado com o telhado parcialmente destruído e outras sido atingidas por árvores de grande porte. Um trabalhador que se encontrava no local também foi atingido pela pernada de uma árvore, mas, segundo informações transmitidas à autarquia por familiares, sofreu apenas ferimentos ligeiros e não inspira cuidados de maior.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A falta de vergonha

A tentativa de colocar Teixeira dos Santos na administração da PT, como representante da Caixa Geral de Depósitos, com o acordo do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal, escandaliza qualquer cidadão de bom senso.

Mas é precisamente de incompetência que se trata: um ministro das Finanças que conduziu o país a uma situação de bancarrota como aquela em que nos encontramos no mínimo é incompetente.

O cancro da nossa elite política é, justamente, ser incapaz de dar o nome às coisas, na hora da verdade. Façam o que fizerem, os ex-membros do Governo são sempre grandes técnicos, o que justifica uma entrada directa para a administração de grandes empresas. Naturalmente, com grandes contratos com o Estado.
A falta de vergonha e pudor é a mesma e só pode ter explicação em entendimentos ou acordos ocultos que levam quem está no poder a dar recompensas chorudas aos que mais criticaram no passado.

A tentativa de colocar Teixeira dos Santos na administração da PT, como representante da Caixa Geral de Depósitos, com o acordo do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal, escandaliza qualquer cidadão de bom senso.

Ao achar que esta é a uma solução aceitável, o Governo diz muito de si próprio e da forma como tenciona manter tudo como está na coisa pública.

quarta-feira, 7 de março de 2012

O declínio

O nosso declínio veste Prada- Editorial - Jornal de negócios online

No fundo, a Europa sente-se humilhada. Tornou-se a anedota do mundo. Está falida, falhada e fechada na cave onde já foi feliz. É a China, é claro. É a China, é o Qatar, são as prodigiosas ditaduras petrolíferas. E é, em Portugal, o Brasil e Angola. Sim, Angola, como bem disse Martin Schulz. A Europa está a ser comprada, Portugal está a ser vendido. A propriedade. E um modo de vida.
No fundo, a Europa sente-se humilhada. Tornou-se a anedota do mundo. Está falida, falhada e fechada na cave onde já foi feliz. É a China, é claro. É a China, é o Qatar, são as prodigiosas ditaduras petrolíferas. E é, em Portugal, o Brasil e Angola. Sim, Angola, como bem disse Martin Schulz. A Europa está a ser comprada, Portugal está a ser vendido. A propriedade. E um modo de vida.

Há dois dias, o embaixador José Cutileiro aqui escrevia: desde 1890 que não se via fervor patriótico generalizado como este. Outro inimigo externo, o (também credor) britânico, unira-nos na nossa desgraça contra o vilipêndio e a subjugação. Uns vinte anos antes, Antero de Quental proclamara as "causas da decadência dos povos peninsulares". Essa geração, a de Antero e Herculano, pasmaria com o que passámos a chamar de declínio. Ou talvez não.

Já voltamos a Portugal, comecemos pela Europa. Há mais de uma década que previmos a emergência de pelo menos quatro países, os então BRIC. Nunca topámos na probabilidade simultânea do nosso próprio declínio. Nós, os do mundo ocidental, vivíamos em luxuosos castelos financiados por um sistema financeiro que capturou a política, que por vício ou cegueira se aninhou fascinada com esse novo progresso. Não o agrícola, não o industrial - o financeiro.

Esse deslumbramento alimentou essa espécie de aristocracia de "club". E assim a Europa não se abriu, cometendo o possível erro histórico de excluir a Turquia. E assim a Europa não se uniu, vetando constituições federalizantes. E assim a Europa, a maior economia do mundo, se manteve uma soma de pequenas unidades políticas.

Quando há três anos o G20 se reuniu em Londres, os europeus perceberam que a reunião era histórica e receberam eufóricos Barack Obama como uma estrela de rock, na primeira viagem do presidente ao nosso continente. Foi mesmo uma reunião histórica, mas por outra razão: O senhor Hu Jintao passou da fila de trás para o centro da fotografia. O regime comunista foi agraciado, o comércio fora aberto, os direitos humanos e a democracia tornaram-se uma circunstância. As razões? Económicas.

O FMI vai pedir dinheiro ao Brasil para a Europa, a Europa suplica apoio à China. Depois, fica incomodada com esse dinheiro se, em vez de ajuda, é investimento. A ingenuidade é enternecedora. O caminho não tem retorno. A Europa é o aristocrata falido que começa a vender os ouros com enfado e acaba a pedir um abrigo digno a quem lhe compra a casa hipotecada. Só agora é que se apercebeu da evidência? A China pode tornar-se a maior potência mundial ainda nesta década.

Agora Portugal. Sem proselitismos, entronizámos o investimento chinês. Ainda bem. E procuramos salvação nessa geografia que é a lusofonia, que tem no Brasil e em Angola (e doravante em Moçambique) o destino das nossas necessidades e ansiedades. Ontem, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, falou de Angola, e fez bem. Fez muito bem.

Só uma ferida aberta dói quando se lhe põe dedo. Angola é uma oportunidade e é um problema. A oportunidade é o investimento, a exportação, o comércio, o dinheiro. O problema é a opacidade dos investidores, atrás de cortinas impenetráveis baseadas em paraísos fiscais financiados por bancos portugueses. O problema são os desequilíbrios políticos, as contrapartidas, a falta de vistos e de pagamentos. O problema é a forma pacata e temente como vemos Angola comprar os centros de poder da banca e da comunicação social sem um só pronúncio de exaltação. Há demasiado medo em fazer perguntas a outros que não hesitamos em fazer a nós mesmos. De onde vem o dinheiro? Ao que vêm? Deviam ser perguntas simples, não ofensivas.

O investimento estrangeiro, chinês e angolano é bem-vindo desde que cumpra as regras de dignidadade humana e social pelas quais lutámos neste continente em declínio. Não, não é um problema de aristocracia, é um problema de democracia. Quando não há democracia, só sobra a ética.


psg@negocios.pt
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Praga das palmeiras


DOENÇA DAS PALMEIRAS

Tratamento a praga das palmeiras

o nome científico Rhynchophorus ferrugineus, causador da morte de palmeiras, alimentando se do interior das mesmas, espalhou se do continente asiático até Arábia, chegando a Espanha a (a partir do Egipto) há uns anos e agora chegou a Portugal, mas presente ainda na Zona do Algarve.
Esse insecto gosta de todo o tipo de palmeira, mas as suas preferidas são as Phoenix. Quando os primeiros sintomas aparecem (queda das folhas centrais) é em regra geral demasiado tarde para recuperar a palmeira.
Podem ser colocadas armadilhas de “pheromone” como prevenção que apanham o insecto num raio de 50 metros. Quando os insectos ficam presos na armadilha, seria conveniente tratar das suas palmeiras para que mais nenhum bicho volte a entrar.(Relembramos que a fêmea desse insecto pode pôr até 200 ovos). Quando o Rhynchophorus ferrugineus está dentro da palmeira, o mesmo pode ser moro através de injecções de insecticida próprio. Também podem ser dadas caldas de insecticidas nas folhas que normalmente é suficiente para palmeiras de porte pequeno.
Quando já é impossível a recuperação da palmeira infectada, o melhor é retirar a mesma para evitar que os insectos se propaguem para outras palmeiras. Os restos devem ser queimados para que sejam mortos os insectos que estão por dentro.
Essas precauções são muito importantes para ajudar a controlar esta praga que já matou milhares de palmeiras em outra regiões do mundo.
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Impunidade

Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
8:00 Sexta feira, 10 de fevereiro de 2012

Há umas semanas entrei num estabelecimento comercial de Lisboa e, ao longe, vi uma figura conhecida da nossa praça. Saí imediatamente. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa tolerante no trato pessoal. Não confundo as minhas divergências políticas ou outras com falta de civilidade. Mas, como toda a gente com espinha, tenho os meus limites. Parafraseando Pinheiro de Azevedo: "Não gosto de ser roubado. É uma coisa que me chateia."

A pessoa em causa era Dias Loureiro. Pois andava ele por uma das principais avenidas de Lisboa na maior das calmas. De regresso a casa, não pude deixar de pensar: um dos principais envolvidos na maior fraude financeira de que há memória Portugal, que custou milhares de milhões de euros aos contribuintes e teve um papel decisivo nas enormes dificuldades que os cidadãos estão a viver, poderia, num outro qualquer país, andar calmamente na rua sem, pelo menos, se arriscar a ouvir das boas? Pensando nisto, não sabia responder se a nossa suavidade resulta de uma especial civilidade ou de alguma falta de coragem. Sabendo que eu preferi sair da loja a dizer-lhe o que penso, e porque não me tenho como cobarde, apostei na primeira. Não gosto de peixeiradas em locais públicos. Não serei o único. Olhando, nesse mesmo dia, para dois automobilistas que se insultavam por coisa nenhuma, apostei na segunda.

Que Dias Loureiro ande pela rua, como se nada a fosse, não me chega a irritar. Tenho uma remota (muito remota) esperança que venha a ter um encontro com a justiça. Isto apesar de saber que Madoff está preso e a esmagadora maioria dos senhores da SLN e BPN não só estão muitíssimo bem como são, em catadupa, nomeados para empresas, comissões e cargos públicos.

O que me incomoda, depois de ter ouvido Dias Loureiro a mentir descaradamente na comissão de inquérito ao BPN (os documentos conhecidos provam as mentiras sem margem para dúvidas) e de todos sabermos até que ponto foi responsável por muitos negócios ruinosos na SLN, seja um dos principais conselheiros políticos do nosso primeiro-ministro. E que, segundo uma notícia do "Correio da Manhã", represente empresários angolanos na compra de órgãos de comunicação social. Entre eles, quem sabe, pode estar parte da RTP. Assim como o senhor Rendeiro continua a viver muitíssimo bem e também ele trata da sua vida. E nada disto parece provocar especial incómodo. Neste País, tudo se recicla e negócios são negócios. Cada um sabe dos seus.

Fico a pensar se esta não é a nossa sina. Se não temos a justiça que merecemos. Como a nossa indignação é sempre difusa - contra "os políticos" e "os poderosos" -, os espertos passam entre dos pingos da chuva. Dias Loureiro andará por aí. E, quem sabe, quando passar algum tempo, até venha a ter de novo um cargo público ou na banca nacional. Os seus amigos políticos não o deixam cair, isso parece evidente. E os portugueses não se importam.




Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/daniel-oliveira-antes-pelo-contrario=s25282#ixzz1mm71vS7K

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Arqueologia no Tejo


Vestígios de dois barcos do século XVIII descobertos ao largo de S. Julião da Barra

Campanha subaquática revela novos naufrágios à entrada do Tejo

16.02.2012 - 10:37 Por Luís Filipe Sebastião

Ainda não se sabe ao certo onde repousam os restos dos três barcos oriundos do Brasil que, em 1720, naufragaram à entrada do rio Tejo. Mas pelo menos de uma das embarcações foram recentemente descobertos vestígios nas proximidades do Forte de S. Julião da Barra, no âmbito da campanha de levantamento arqueológico subaquático, realizada no Outono. Os resultados serão hoje à tarde apresentados numa conferência no Museu do Mar Rei D. Carlos, em Cascais.

Para além de elementos que se presumem pertencer ao barco da frota que vinha de terras de Vera Cruz, e que se afundou já à vista de Lisboa, foram também recolhidos vestígios que podem ser atribuídos a um navio de guerra inglês, também do século XVIII. Estes dois novos casos foram descobertos nas proximidades do local onde já se sabia ter naufragado, em 1606, a nau Nossa Senhora dos Mártires. Os novos achados "abrem um novo olhar para diversos contextos arqueológicos" presentes ao largo de S. Julião da Barra, salienta José António Bettencourt, do Centro de História de Além-Mar, da Universidade Nova de Lisboa.

"Identificamos novas evidências relacionadas com outros naufrágios, desde o século XVI ao século XX, que tocam vários países e diversas realidades culturais", acrescenta o coordenador científico da campanha que, entre Outubro e Novembro, decorreu ao largo do forte de S. Julião, promovida pelas autarquias de Cascais e Oeiras e com o apoio do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar). Os trabalhos consistiram no registo gráfico e fotográfico e na georeferenciação dos vestígios mais relevantes, a incorporar na carta arqueológica subaquática de Cascais.

"Há muito para fazer"
Apesar da recolha de alguns materiais avulso, como porcelanas chinesas que se presumem pertencer à Nossa Senhora dos Mártires - a juntar ao espólio antes recolhido e exposto na Expo-98 -, a maioria dos canhões e âncoras registadas permanecem debaixo de água, à espera de uma eventual fase subsequente de escavação. "Ainda estamos muito no princípio. Há muito para fazer antes de se avançar para a escavação", afirma, por seu lado, António Fialho, arqueólogo subaquático da Câmara de Cascais. "Cada vez mais a arqueologia subaquática tende a ser o menos intrusiva possível, para evitar a destruição do sítio", nota o técnico que participou na campanha, apontando como principais obstáculos a vencer as condições de fraca visibilidade e das correntes marítimas.

António Carvalho, director do departamento de Cultura em Cascais, sublinha que a campanha permitiu, pela primeira vez, fazer um levantamento preciso "na zona com mais naufrágios" do litoral do concelho, depois de trabalhos realizados no cabo Raso, na Guia e ao largo da baía da vila. A próxima fase será de avaliação científica dos vestígios, e a sua preservação no novo centro de reservas arqueológicas. Já a carta arqueológica subaquática será concluída "ao ritmo do processo de reformulação do Plano Director Municipal".

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As causas do desastre

Excelente artigo de Jacques Amaury,

sociólogo e filósofo francês, acerca de Portugal


.
Um artigo de Jacques Amaury, sociólogo e filósofo francês, professor na Universidade de Estrasburgo, a ler com olhos de ler.

"Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.

Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.

Foi o país onde mais a CE investiu "per capita" e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.

Os dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.

A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando-se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.

Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade. À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) menosprezado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais.

Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos.

Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países.

Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.

A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais-democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.

Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.

Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Iguais até na manipulação


Portugueses estão tão desiludidos com Passos como estavam com Sócrates antes das eleições- Economia - Jornal de negócios online

Quase metade dos inquiridos considera que a actuação do Governo, eleito há oito meses, está aquém das expectativas criadas. O socialista António José Seguro já é o líder partidário com maior popularidade.
O barómetro de Fevereiro da Aximage, para o Negócios e o Correio da Manhã, mostra que 47,8% dos inquiridos vê o Governo liderado por Pedro Passos Coelho a governar "pior do que esperava". Já 40,7% refere estar a ser "igual ao que esperava", enquanto apenas 9,1% estão surpreendidos pela positiva em relação ao Executivo de coligação.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A ferro e Fogo


Depois das chamas, as lições gregas

No dia da aprovação de mais um pacote de austeridade grego, as ruas de Atenas estiveram a ferro e fogo. Dentro do Parlamento, 199 dos deputados aprovavam um suicídio coletivo. Mesmo com a chantagem, 21 deputados do PASOK e outros 21 da Nova Democracia foram expulsos dos seus grupos parlamentares por se recusarem votar a favor. Cá fora reinava o caos. Não sejam simplistas: não é a rua contra a legitimidade democrática. É o espetáculo da democracia em derrocada. É um parlamento que, passados meses de uma brutal austeridade, já tem muita dificuldade em representar, com o mínimo de fidelidade, os gregos. Os socialistas, desesperados, pedem o adiamento das eleições para 2013.

A sondagem mais recente, quando pouco falta para as eleições, dá-nos dados interessantes: a Nova Democracia, de direita, com 31%; os comunistas, do KKE, com 12,5%; o SYRISA (o Bloco de Esquerda lá do burgo), com 12%; os socialistas, do PASOK, com 8%; o LAOS, a extrema-direita que, até sexta-feira, participava no governo, com 5%; o CHRYSI AVGI, a extrema-direita fora do governo, com 3%. E um novo partido, a Esquerda Democrática, ocupa o segundo lugar, com 18%. É uma cisão "reformista" do SIRYSA que inclui muitos dissidentes do PASOK que se opuseram ao acordo com a troika.

Alguns dados a ter em conta. A direita fica-se com 38%. Os socialistas descem de mais de 45% para 8%. O centrão, até agora absolutamente hegemónico, vale 38%. Comunistas e esquerda radical sobem e conseguem, juntos, mais de 24%. Uma versão mais moderada da oposição de esquerda ao austeritarismo demente consegue, de um só golpe, transformar-se num risco para os partidos que levaram a Grécia para esta tragédia. Juntos, os partidos anti-troika já têm mais de 42%. Felizmente para a democracia grega, o eleitorado ainda não parece querer seguir vias autoritárias para expressar o seu desespero. Por enquanto.

Nas contas económicas dos burocratas irresponsáveis a política nunca entra. E é por isso que estes burocratas são tão perigosos. Já aqui escrevi: a contração económica que se está a tentar obrigar a Grécia a fazer nunca foi experimentada em democracia. Por uma razão: não é possível. Ou será a democracia, por via de uma maioria eleita, a pôr um ponto final nesta loucura e salvar a Grécia de um regresso ao seu triste passado ditatorial ou será a austeridade a matar a democracia.

Outra lição a tirar destas previsões eleitorais: se os socialistas continuarem a ser cúmplices do golpe de estado neoliberal que está a ser imposto em grande parte dos estados europeus terão o destino lógico a que a sua inutilidade política obriga - uma deprimente agonia. Mais um ensinamento interessante: a esquerda que consiga ter a inteligência de vencer o sectarismo e dirigir-se ao eleitorado tradicional dos socialistas pode, sendo uma alternativa ao centrão, dar resposta ao descontentamento. Por fim, a existência de uma esquerda democrática capaz de dar voz à justa indignação popular é o que pode salvar muitos países europeus de uma deriva nacionalista de extrema-direita, onde o desespero, se não tiver para onde se deslocar, acabará.

Com a Grécia, o diretório europeu deveria aprender que está a pôr em risco não apenas a União, o euro e a economia europeia, mas as democracias na Europa. Os socialistas, que a sua cumplicidade com a ditadura da austeridade poderá ser o seu muro de Berlim. Os que estão à sua esquerda, que, se estiverem à altura deste momento histórico, ainda podem ter uma palavra a dizer sobre o futuro dos seus países. Que em Portugal se vão tirando notas.

iReader

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Whitney Houston - Run To You

Morreu a cantora Whitney Houston
Morre aos 48 anos, a cantora e atriz que foi a primeira mulher a conseguir atingir o número um do top da "Billboard", revista que faz rankings musicais nos Estados Unidos desde 1936. Afogamento ou overdose poderão ser a causa da morte.


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/morreu-a-cantora-whitney-houston=f704004#ixzz1mDHfldEk





terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Visitas ao farol do cabo Espichel


quartas | das 14 ás 17h
VISITAS GUIADAS
Farol do Cabo Espichel
As visitas são promovidas pela Marinha – Autoridade Marítima Nacional, gratuitas e têm como objetivo dar a conhecer a missão dos faróis e as funções dos faroleiros. Esta iniciativa, que se iniciou no Dia Nacional do Mar, 16 de novembro, permite ao público visitar a mítica torre do farol e observar o mar de uma perspetiva única.

Construído em 1790, o Farol do Cabo Espichel é um dos mais antigos do país e um dos 30 abertos ao público a nível nacional.

A sua edificação está ligada à primeira intenção de iluminar as costas portuguesas, conhecidas até à segunda metade do século XVIII como “costas negras” pelos navegadores ingleses.

O sistema de iluminação só foi alterado em 1883. A partir daí ocorreram várias modificações para melhorar a sinalização visual e sonora. Hoje em dia, tem um alcance luminoso de 26 milhas e encontra-se totalmente automatizado.

De referir, que as visitas podem ser realizadas noutros dias, mas necessitam de autorização prévia.
Destinatários: público em geral
Inscrição: 212 685 311 / Farol do Cabo Espichel