quarta-feira, 18 de julho de 2012
Dia mais Quente
Calor
Terça-feira foi o dia mais quente do ano, refere uma nota do Instituto de Meteorologia (IM), justificando as elevadas temperaturas com a influência de um anticiclone que se estende até ao Golfo da Biscaia.
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Este anticiclone "originou uma circulação fraca de leste, o que se traduziu numa temperatura do ar muito elevada no território continental, sendo, até ao momento, o dia 17 de Julho o mais quente deste ano", refere a informação divulgada no site do IM.
Das temperaturas máximas observadas na terça-feira destacam-se Lisboa com 39,6°C, Porto com 37,5°C, Faro com 32,5°C, Coimbra com 39,4°C, Leiria com 40,3°C, Santarém com 41,9°C, Beja com 41,1°C e Évora com 40,5°C.
O Instituto destaca ainda que foram ultrapassados os maiores valores da temperatura máxima para o mês de Julho, desde que há registos, nas estações do Caramulo com 36,7°C, Lousã com 43,6°C, Ansião com 40,9°C, Leiria com 40,3°C, Tomar com 43,5°C e Rio Maior com 42,3°C.
Relativamente à noite de 17 para 18 de Julho, ocorreram valores de temperatura mínima do ar superiores a 20° (noites tropicais) em grande parte do território do continente, nomeadamente em Portalegre com 27,9°, Lisboa com 25,4°, Castelo Branco com 25,1°, Faro com 24,0°, Viseu com 23,9°, Porto com 22,6°, Coimbra com 22,7° e Beja com 22,8°.
As previsões do Instituto de Meteorologia para quinta-feira revelam uma ligeira descida de temperatura, nomeadamente no litoral, prevendo-se temperaturas entre 18° e os 31° em Lisboa, e entre os 15° e os 25° no Porto.
No interior as temperaturas deverão continuar muito elevadas, segundo o IM, com máximas de 34° em Bragança, 39°C em Castelo Branco, 40°C em Beja e 38° em Portalegre.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Acusado de doutor na forma tentada
Jornal de negócios online
Este assunto do ministro Miguel Relvas querer ser doutor na forma tentada, dá vontade de rir, mas obedece à cultura pacóvia (não só apanágio dos portugueses, diga-se) que foi zurzida pelo Eça e pelo Camilo, e, também, pelo Fialho e pelo padre Agostinho de Macedo.
Está-nos na massa do sangue este gosto pela reverência que a palavra "doutor" suscita. Não é preciso sê-lo, basta parecê-lo, em muitos casos, como é vertente em Relvas. Relvas é um político em miniatura. Não o fosse e teria outra dimensão e a grandeza de ser, apenas, o que é, pouco ou muito. O homem sabe mover-se na engrenagem da política, desta política, que exige muito mais astúcia e malícia do que conhecimentos e espírito de decência.
No fundo, é isso mesmo que está em questão: a decência. Não os saberes. Porque esses, por tão poucos e superficiais, qualquer um, com manha e despudor, os adquire empiricamente. O empirismo é um valor: a experiência vale ouro e, no estrangeiro, em muitos países, atribuem-se títulos académicos pelos "doutos saberes." Claro que, neste caso, é preciso ter uso de muitas disciplinas do conhecimento. Obtém-se o conhecimento nos livros, na rodagem da vida, nos encontros e correspondências com outros, de outro gabarito.
Não recuso o título de "doutor" a Miguel Relvas. Cabe a ele aceitá-lo ou recusá-lo. Mas não faz grande diferença ao mundo o ministro ouvir-se chamar: dr. Miguel Relvas. E esta pequena aldrabice, porque de aldrabice se trata, põe em causa a permanência dele no Governo? A decência, aqui, não é uninominal: Pedro Passos Coelho tem uma palavra a dizer. Assim como, noutro campo, o ministro Nuno Crato não pode continuar calado. Que tem a dizer acerca do caso pessoal e do caso mais delicado que envolve uma universidade? Crato, sorridente, julgou despejar o problema para o caixote do lixo, alegando que não comenta matéria dos seus colegas de Governo.
O descaramento, aqui, assume idênticas proporções, pela evasiva e pelo indecoro, ao provocado pela licenciatura Relvas. A cumplicidade no silêncio nada tem a ver com lealdade. E lealdade não é nunca fidelidade. Fidelidade é própria dos cães. Lealdade tem a ver com carácter. E Nuno Crato deve-nos lealdade, a nós, portugueses, e não, exclusivamente, ao seu "colega de Governo." Aliás, mais a nós do que ao "colega", e esse peso de responsabilidade devia ter sido tomado em conta.
Todas estas pequenas realidades pertencem aos territórios da moral e da ética, comportamentos hoje muito tripudiados por quem prefere o êxito a todo o preço, e a "visibilidade" a troco de tudo.
É pior o ministro Relvas ser acusado de doutor em forma tentada do que o procedimento que teve no caso com o "Público", ou um facto resulta do outro e ambos são farinha do mesmo saco? E Miguel Relvas, mais as trapalhadas envolventes serão banalidades, "um não-assunto", no extraordinário dizer de Pedro Passos Coelho, ou, realmente, algo de muito importante porque abrange uma universidade e o sistema de ensino, o alegado favoritismo e a ascendência do poder sobre instituições tão relevantes como aquela?
Os valores e os padrões deveriam ser, antes de tudo, as bandeiras do poder. Porém, a razão dominante impõe as emergências do dinheiro e das falsas aparências como méritos essenciais. Ser "doutor" é, certamente marcante, porque resultado de trabalho por vezes insano e incansável. Mas ser homem, ser pessoa, é, sem dúvida mais importante, essencial e indispensável.
Confesso não estar muito interessado em descortinar o destino de Miguel Relvas. Estas e outras coisas de igual jaez e semelhante estilo são rapidamente absorvidas por outras actualidades, e o esquecimento recuperará os seus domínios. Até que outro "escândalo" se substitua àquele e a comunicação social, afobada e muito enérgica, se dedique aos casos que as exigências da oportunidade exigirem.
Como dizia, há dias, numa das televisões, uma senhora de belo rosto cheio de rugas: "É como as águas do rio: abrem-se para receber uma pedra que lhes foi atirada, mas logo se fecham e tudo fica na mesma"
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