segunda-feira, 28 de março de 2011

Barco ao fundo?

"Segundo a contabilidade mais recente da Administração Pública nacional, existem em Portugal nada mais nada menos do que 349 Institutos Públicos[i], 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro (bem grande, diga-se), 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes de Presidência Regionais, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias, e 1226 estabelecimentos de educação e ensino básico e secundário. A estas devemos juntar as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais. Ou seja, se o nosso Estado não é eficiente, não é certamente por falta de entidades e organismos ao seu dispor. Bem pelo contrário."

[i] Se não contarmos as 238 Universidades, Institutos Politécnicos, Escolas superiores e Serviços de Acção Social, o número de Institutos Públicos é ainda de 111, um número extraordinário para um país das nossas dimensões."

(RETIRADO DO BLOGUE DESMITOS, COM A DEVIDA VÉNIA)

sábado, 26 de março de 2011

RCP Edições - Sobre José Sócrates - O homem e o líder Biografia não-autorizada (2 edi. actualizada) de Rui Costa Pinto

RCP Edições - Sobre José Sócrates - O homem e o líder Biografia não-autorizada (2 edi. actualizada) de Rui Costa Pinto: "A biografia – não autorizada – de José Sócrates revela a vida académica, profissional, partidária, política e governamental do “homem” e do “líder”.
É um caminho com 52 anos que começou em Vilar de Maçada, Alijó, e culminou no topo do poder Executivo, no palácio de São Bento, em Lisboa, depois de obter a primeira maioria absoluta do Partido Socialista, em 20 de Fevereiro de 2005.
Com sucessos e derrotas, sempre marcado pelas cartas anónimas e suspeições de envolvimento em casos de corrupção, tráfico de influências e paraísos offshore, por ora nunca comprovados na justiça, nem até ao momento cabalmente esclarecidos em termos  de opinião pública.
Desde 1995, o desempenho de altas funções de Estado ficou ensombrado por dossiês polémicos – Cova da Beira e licenciamento do empreendimento comercial “Freeport” –, entre outros assuntos e negócios privados e de Estado.
Rui Costa Pinto revela novos factos sobre a investigação que envolve o nome próprio do primeiro-ministro de Portugal mais escrutinado de sempre."

Para onde caminhamos?

Entrevista de um professor chinês de economia, sobre a Europa, o Prof. Kuing Yamang, que viveu em França:
1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios, porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos...
2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.
3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.
4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.
5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.
6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.
7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!
8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...
9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um
desempregado...
10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade...

A Grande Fraude

A camarilha Socrática

A camarilha socrática

Era assim que tudo fatalmente acabaria. Com um primeiro-ministro acossado e em fuga, recorrendo a todos os truques para falsificar a sua responsabilidade, vitimizando-se e com um PS domesticado e desesperado por salvar o que resta. Quem quiser perceber a manobra fugitiva de Sócrates que leia um texto do cientista político espanhol José Maria Maravall “Responsabilidade e manipulação” (está disponível na Internet). O caso estudado por Maravall é a conduta do PSOE espanhol nos anos 80. Para manipular o processo de responsabilização política pelos eleitores, os media foram apertados; escondeu-se informação relevante que permitisse acompanhar o Governo; falsearam-se os resultados das políticas governamentais; o partido começou a viver com férrea disciplina e centralismo para aparecer artificialmente unido na crise, culpou-se a oposição pelo que fez e não fez; o Governo apresentou as suas políticas como necessárias e inevitáveis. Sócrates abraçou em absoluto esta retórica da manipulação da responsabilidade. É a sua única saída. A responsabilidade não é dele, é de outros. A crise não é dele, é de outros. Muito haverá para dizer sobre este período deletério que Sócrates encarna na nossa política. Um dia perguntaremos como foi possível.»

Pedro Lomba, Público